Sunday, June 14, 2009

Semana de Cicloturismo - Capitulo 2 Santarém-Casal do Zôte 11.05.2009

Dia 2 (11.05.2009). Santarém -Casal do Zote 94,8 km


Segunda-feira. Acordei um pouco mais tarde do que tinha programado e já metade da família tinha saído para o trabalho. No entanto, aproveitei a companhia da minha Madrinha e da minha Afilhada ao pequeno almoço para pormos o resto da conversa em dia. Nesta altura chovia à séria e era-me aconselhado não partir – “não pode ser, as coisas já estão programadas” respondi sem grande convicção. Lá me preparei para a chuva, apesar de que na hora de sair, já não estar a chover, e o sol ter aparecido por detrás de umas abertas. Feitas as despedidas, voltemos à viagem.



Com as Fontainhas para trás, tomei a direcção do hospital de Santarém. A subida à cidade, assim sem aquecer, foi feita a ritmo lento. Ao chegar à zona antiga da cidade, eis que a chuva voltou, e toca de voltar a vestir o impermeável, entretanto retirado devido ao calor gerado na subida. Fiz um desvio à rota traçada para ir visitar as “portas do sol”, local muito bonito de Santarém e um dos seus exlibris turísticos. No entanto continuava fechado, em obras, que eu saiba desde Dezembro!


A chuva uma vez mais parara. Voltei a apanhar a rota, e dirigi-me à ribeira de Santarém, onde passaria a linha do comboio para o lado do Rio e daí seguiria pela lezíria até à Golegã. Esta parte do percurso, praticamente plana, permitia uma boa velocidade. Por aqui poucos carros circulavam e o silencio imperava. A paisagem estendia-se por muitos quilómetros de campos agrícolas. O meu amigo GPS resolveu então pregar-me uma partida. Encaminhou-me para uma “estrada sem pavimento” na qual eu entrei e só não me arrependi porque se passava por uma área mais florestada. Ainda assim, fiquei todo sujo de lama, e no final fui dar à mesma estrada em que seguia antes do desvio!

Continuei pela lezíria tendo passado ao lado da terra mais conhecida quando há cheias no Tejo – Reguengo do Alviela. Cruzei a vila de Pombalinho, onde, como noutras terras por estas bandas, ainda é possível ver as gentes locais a circular em pasteleiras, esse ícone da industria ciclística. Para além de aldeias e vilas, hoje iria passar por três cidades de referência, Golegã, Entroncamento e Tomar, e em todas elas tinha geocaching para fazer e monumentos para ver.


Chegada à Golegã. Assim que se entra na localidade deparamo-nos com o monumento mais marcante da cidade – a casa estúdio Carlos Relvas. Edificada no final do século XIX tem uma arquitectura muito bonita e merece ser visitada. A sua função era e continua a ser um “templo de fotografia”. Para meu azar, a dita encontrava-se fechada. Visitei então a zona antiga onde tomei um lanche pois o estômago já reclamava.


Pausa feita, lanche tomado e de novo a caminho. Da Golegã ao Entroncamento é um saltinho. E foi neste pequeno trajecto que apanhei a maior carga de chuva de todo o circuito. É impressionante a massa de água que apanhamos quando passa um camião em sentido contrário – é de arrepiar, e já agora de fechar os olhos também. Como diria La Palisse “quem anda à chuva, molha-se” e assim foi. Mas tudo faz parte da experiência.

Chegado ao Entroncamento, o grande centro ferroviário nacional, dirigi-me à descoberta de uma “caixa” do geocaching. Isto levou-me a visitar mais um monumento, neste caso uma locomotiva muito bem conservada. Tiradas umas fotos, tomado o almoço, havia que continuar a viagem.



A lezíria tinha ficado para trás e o caminho para Tomar mostrava-se já um pouco irregular – a paisagem tinha mudado. Circulando quase sempre por estradas secundárias, o trajecto foi feito tranquilamente. A aproximação à cidade, por uma estrada envolta de arvores, a descer, com vista para o castelo, foi fantástica. Pior foi saber, quando cheguei lá em baixo (à mata nacional dos sete montes), que me teria poupado subir para o castelo, caso tivesse tomado outra estrada. Bom, nada a fazer...colocada a mudança da avozinha, subi ao alto para visitar o castelo e o convento de Cristo.



Haviam por ali outros turistas, entre nacionais e estrangeiros, que se deliciavam com estes monumentos. O convento é mesmo considerado património mundial e é a referência maior da influência dos Templários no nosso país. Descendo novamente à cidade de Tomar, fiz uma breve passagem pelo centro histórico antes de fazer uma visita ao rio Nabão. Esta é sem duvida uma cidade muito bonita.


Já a caminho do meu destino final, apanhei uma via rápida onde os automóveis passavam a velocidades elevadas, e pior do que isso, onde apanhei a minha primeira subida digna desse nome. Foi difícil esta, mas eu já esperava que nesta região do país o terreno fosse mais acidentado. Saindo da via rápida, entrava novamente em estradas menos movimentadas e para minha satisfação, eram estradas envoltas por floresta. O ar, o som, os aromas...tudo ali era diferente, sabia melhor. E foi com um sentimento de gratificação que percorri os restantes quilómetros até ao centro de férias do SBSI, onde ficaria hospedado duas noites.


Dados da etapa:

Distância: 94,8 km


Tempo a pedalar: 05:46h

Tempo parado: 01:47h


Média a pedalar: 16,4 km/h

Média geral: 12,5 km/h


Altimetria: 941 metros


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