Saturday, November 3, 2012

VII Maratona Pinhal Novo - Arrábida by Tasca du Xico


28 de Outubro de 2012

Desta vez apresentei-me na localidade de Pinhal Novo para participar num novo desafio.



O clube de BTT Bttascaduxico propôs um passeio de 80 kms de distância que incluía palmilhar a serra da Arrábida.



Se bem que esta não foi a minha primeira experiência bttista nesta serra (a primeira vez foi num passeio organizado pela clube Vila Fresca de Azeitão já à muitos, muitos anos atrás), este passeio seria uma boa oportunidade de voltar a desfrutar de uma serra com condições naturais espectaculares para o desenvolvimento de actividades ao ar livre.


Haviam-se inscrito para este evento mais de 900 atletas, que se dividiam pelas maratonas de 40 km e 80 km.
 











A maratona teve início às 9:00h, com a partida localizada junto à estação de comboios de Pinhal Novo.

Uma pequena volta por algumas ruas da localidade levou-nos na direção de estradões com destino a Palmela. Início ideal de prova pois os estradões eram largos, de bom piso, e com apenas uma ligeira ascensão. Tínhamos aqui cerca de 14 km para aquecer bem as pernas, antes de chegarmos à Arrábida. 




A passagem por Palmela (na realidade não chegamos a entrar na localidade) representou o início das hostilidades em termos de subidas. 

 

Ao chegarmos ao jardim de Palmela, viramos à direita na direção dos moinhos de vento. Passamos por vários moinhos seguindo um trilho muito bonito, onde nos era possível desfrutar de uma paisagem magnífica, de um lado o rio Tejo e toda a planície e do outro a serra da Arrábida. 








Este troço terminou numa descida abrupta. Várias pessoas estariam por ali a ver os atletas descerem, ou para verem alguém cair! Não faço ideia.

No final da descida estava instalada a primeira ZA (zona de abastecimento).




A especialidade aqui eram as sandes de carne grelhada - mais parecia um churrasco. 


De volta à corrida, começamos por ter uma pequena subida como aperitivo para o que viria a seguir. Descemos cerca de 70 mts de altimetria para de seguida ganharmos cerca de 100 mts. Começavam a aparecer estas "rampas" de elevada dureza. 

 
Nova pequena descida de cerca de 50 mts logo seguida de nova rampa de cerca de 100 mts - isto prometia! 





Contudo ao quilômetro 31 quebrou-se esta tendência, e daí até à segunda ZA ao quilômetro 37 iríamos perder altimetria, primeiro numa descida acentuada onde perderíamos mais de 100 mts de altimetria, para de seguida entrarmos num trilho lindissimo. 




Este troço, onde perderiamos cerca de 50 mts em cerca de 6 quilómetros, situado numa zona de floresta cerrada, permitia velocidades altas num trilho "ziguezaguante" por entre as árvores e com poças de lama como obstáculos. Fenomenal! 



Chegavamos à segunda ZA. Também aqui o fogareiro estava aceso, mas as febras estavam "atrasadas". 


Seguia-se uma super rampa com cerca de 180 mts em apenas 2 km - grande dureza sobretudo porque tínhamos acabado de comer! 

Estávamos a entrar no que me pareceu uma montanha russa, pois até ao km 55 o percurso era composto por rampas íngremes, num sobe e desce constante. Só para se ter uma ideia, a altimetria do passeio praticamente fechava nesse km 55. 


Claro que a organização sabia bem a maldade que nos estava a fazer tendo por isso deixado vários recados motivacionais pelo caminho. 

Bom, mas isto do BTT é para quem tem pernas, que é como quem diz "quem tem dedos é que toca viola".



 

E se as dificuldades eram grandes, a beleza do passeio era ainda maior. Continuavamos a ser presenteados com "sigle tracks" lindissimos, muitos ao longo de todo o percurso na Arrábida, com várias descidas perigosas, mas sempre com paisagens deslumbrantes. 



Ao quilômetro 49 atingimos o ponto mais alto do percurso, cerca de 250 mts. Mais uma descida de cerca de 100 mts de altimetria, seguida de nova subida. O cansaço começava a aparecer. 



Uma das últimas subidas já não a consegui fazer montado na bicicleta - era muito íngreme e muito técnica - já não tinha energia para tanto. 

 

Felizmente faltava pouco para a terceira ZA. Chegava o quilômetro 56. 




Última paragem para ingerir algumas calorias e descansar um pouco. Os músculos queixavam-se de dor e do esforço dispendido até ali. 

 
Mas as dificuldades tinham acabado. Estávamos de novo perto de Palmela. Descemos a colina até à estrada nacional, e entramos na estrada onde tinhamos passado à algumas horas atrás - entramos no caminho de regresso ao Pinhal Novo. 



Agora era fazer o percurso inverso. Faltavam 14 km...ainda! Esta parte do percurso não teve grande história - foi acelerar ao máximo que as minhas energias permitiam (que bom foi sentir o resultado do treino efectuado com a bicicleta de estrada) e ir fazendo a contagem decrescente. 

Cheguei ao Pinhal Novo após 5:03h a pedalar. 



Que dia maravilhoso.
Os meus parabéns à organização por tudo...secretariado, percurso, abastecimentos (apenas no último já havia falta de alguns alimentos), as marcações do percurso e os voluntários que nos direcionavam em dezenas de pontos, muitos deles com água para abastecerem os atletas, a chegada, as classificações, lavagem de bicicletas, etc...muito completo. 

Em números: distância 72,5 kms, tempo em andamento de 04:43h, altimetria 1480 mts.


Agradecimentos especiais à F.

Monday, September 24, 2012

I RAID BTT por terras do Lagarto 2012 - Sardoal.

Dia 23 de setembro estava marcado há muito no meu calendário desportivo.



Depois de me ter estreado nos trilhos de Sardoal no passado mês de Março, devo dizer que fiquei fã, pelo que foi com entusiasmo que recebi o convite para participar nesta maratona.





A organização desta vez esteve a cabo do Grupo desportivo e recreativo "Os Lagartos" e tinha como objectivo angariar fundos que permitam aos jovens do clube terem condições para participarem em provas desportivas em que o clube esteja inserido.








Neste segundo dia de Outono tivemos a presença inesperada da chuva, sempre bem vinda, claro, mas desmotivadora para estes eventos. Felizmente que deixou de chover às 08:00h, tendo até ficado um dia aprazível.


 

 
O início do Raid foi dado às 09:00h. A partida das duas maratonas foi feita em separado tendo partindo primeiro os atletas que iam fazer os 65 km.






Haviam-se inscrito neste evento menos de 100 atletas pelo que o frenesim não era muito, mas ainda assim havia entusiasmo de sobra.

A partida estava localizada na zona antiga da vila.

Desta vez não foi realizada a volta pelas ruas da localidade como é da praxe, pelo que seguidos imediatamente para os trilhos.  
 








Os trilhos não se apresentavam enlameados apesar do que chovera de noite, apenas um pouco humedecidos, o suficiente para tornar a marcha um pouco mais pesada.


Os primeiros quilometros seriam a subir com um declive ligeiro, suficiente para aquecer as pernas e entrarmos no nosso ritmo. 


 

Depois entramos numa tendência de descida em que perdemos cerca de 150 metros de altimetria em cerca de 10 km. Oportunidade para falhar o caminho por uma vez devido a distração, já que me concentrei em fazer a descida! 

Nem sempre o caminho mais óbvio é o correcto, e por isso temos de estar sempre atentos às marcações. 


Acabada a diversão da descida passamos ao sacrifício da subida, e daqui até ao primeiro abastecimento foi sempre a subir, cerca de 12 km em que ganhamos cerca de 250 mts. Apesar de ser uma boa distância a subir, as inclinações não eram muito prenunciadas, para além que nesta fase ainda havia muita energia.




Assim a primeira zona de abastecimento surgiu ao quilómetro 25, prémio merecido para compensar o esforço do primeiro terço da prova. 



Saindo da ZA descemos e subimos cerca de 120 mts em cerca de 5 km, após o que a marcha estabilizou um pouco. 


Uns quilómetros a frente voltariamos a descer cerca de 60 mts, a estabilizar a marcha e novamente a subir cerca de 40 mts onde chegariamos à segunda ZA - estávamos no quilómetro 41. 

 
A zona de abastecimento era comum às duas maratonas e estava localizada num bonito miradoiro onde se destacavam moinhos antigos perfeitamente recuperados.


Após esta pausa o trajecto perderia altimetria em cerca de 120 mts, para de novo voltar a subir cerca de 80 mts. Por esta altura já haviam subidas difíceis de fazer, com inclinações mais acentuadas...ou então poderia também ser falta de pernas... 
 

Os trilhos passaram a ser tipo sobe e desce constante até final. 





Chegados ao Sardoal, fomos brindados com um pequeno circuito citadino, ao longo de algumas das ruas do centro da vila, até à meta. 








Uma vez mais saliento a excelência dos trilhos desta região, com muita e grande variedade de cenários, desde zonas rurais, de floresta e a passagens por algumas aldeias em redor do Sardoal, que proporcionam um raid ou maratona ao nível das melhores do país. 


Foi um raid de nível de dificuldade médio, com um traçado bem escolhido, onde não faltou uma boa organização. Em conclusão, valeu bem a pena participar neste evento. 

 
Em números: distância de 67 kms, no tempo de 4:32h, 1450 mts de altimetria.