Saturday, May 16, 2015

Rota Vicentina - caminho histórico (Historical way)










Historical Way*

It runs through the main towns and villages in a rural itinerary with several centuries of history. Comprised mainly of rural trails, this is a classic Grand Route (GR), fully accessible to hikers and mountain bikers, with stretches of cork tree forests, mountain ranges, valleys, rivers and creeks, in a true journey through time, local culture and nature trails. It comprises a total of 12 sections and 230 km.

Historical Way

It runs through the main towns and villages in a rural itinerary with several centuries of history. Comprised mainly of rural trails, this is a classic Grand Route (GR), fully accessible to hikers and mountain bikers, with stretches of cork tree forests, mountain ranges, valleys, rivers and creeks, in a true journey through time, local culture and nature trails. It comprises a total of 12 sections and 230 km.
- See more at: http://www.rotavicentina.com/the-route/hystorical-way/?lang=en#sthash.0ffvhSOn.dpuf

Historical Way

It runs through the main towns and villages in a rural itinerary with several centuries of history. Comprised mainly of rural trails, this is a classic Grand Route (GR), fully accessible to hikers and mountain bikers, with stretches of cork tree forests, mountain ranges, valleys, rivers and creeks, in a true journey through time, local culture and nature trails. It comprises a total of 12 sections and 230 km.
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Rota Vicentina is a long distance path along the Sw coast of Portugal. Comprising the Historical Way and the Fishermen’s Trail, totals 350 km to walk, between the city of Santiago do Cacém and the Cape of St. Vincent, the most southwestern point of Europe.
- See more at: http://www.rotavicentina.com/?lang=en#sthash.xYS00oqg.dpuf



* green route


Rota Vicentina (official site)





Dia 1 – Bobadela a Melides

Estava uma manhã de sol, tal como a previsão meteorológica indicara – excelente!


Eu, o Ricardo e o Fernandes iniciávamos a nossa jornada na Bobadela, enquanto o Tiago iniciava em Azeitão.


 
Foi já com algum atraso que partimos. As primeiras fotos e umas afinações nas bicicletas precederam a partida – o entusiasmo era evidente.

 


Este primeiro dia era de ligação, por assim dizer, pois o nosso projecto era o de realizarmos o caminho conhecido por Rota Vicentina, que tem início em Santiago do Cacém.
 

A opção por Melides teve só a ver com o facto de aí termos alojamento particular (de um amigo), pois o mais sensato seria pernoitar já em Santiago do Cacém. Ainda assim, esta dista apenas cerca de 20 km de Melides.


 





Saímos então da Bobadela, passámos por Sacavém, atravessámos o Parque das Nações e percorremos o porto de Lisboa até Santa Apolónia – nestes primeiros quilómetros circulámos pelas ciclovias de Lisboa. 




Um pouco depois chegávamos ao Terreiro do Paço, à estação fluvial – estavam percorridos 15 km.

















Verificámos que teríamos de aguardar cerca de 50 minutos pelo próximo barco. O nosso destino era o Montijo. 



Por ali estavam mais dois grupos de ciclo-turistas, um casal de estrangeiros e um trio de portugueses.

 
Atravessado o rio Tejo, o próximo destino era Setúbal. 




 
Na passagem pela zona mais antiga do Montijo, o Ricardo teve um furo. Ainda nem tínhamos aquecido e já estávamos em trabalhos.

 
Resolvida a questão, era premente acelerarmos o passo até Setúbal, pois o Tiago esperava por nós. 


Esta parte da viagem não teve grandes motivos de interesse, apenas a cidade de Setúbal tem pontos dignos desse nome.



Chegados à estação fluvial de Setúbal, juntámo-nos ao Tiago, que já estava à nossa espera a algum tempo. Tínhamos mais 25 km percorridos.



Embarcamos no Ferry e atravessámos o rio Sado. Hoje não se avistavam Golfinhos por ali! 

 
 














Atracamos na península de Tróia. 




Dali à Comporta foram cerca de 12 km, agora num ritmo mais relaxado, a desfrutar da bela paisagem e com muita conversa à mistura – o grupo estava completo.




















 














Na Comporta estava previsto que almoçássemos, e foi isso que fizemos. Chegamos a uma boa hora e apenas tivemos de escolher um restaurante.

Para além da degustação, houve espaço ainda para conviver com o responsável do estabelecimento e com uma turista Suíça que de bicicleta iria conhecer parte do nosso país.
 
 



















Por indicação recolhida no restaurante, decidimos apanhar um estradão que atravessa os campos de cultivo ligando a Comporta ao Carvalhal. Soube bem deixar o alcatrão. 







 








 
No Carvalhal voltámos à estrada. 


















Sobre os últimos quilómetros não há muito para dizer – foi rolar.

 
Chegámos a Melides a meio da tarde, ainda a tempo de desfrutar de uma bebida fresca numa esplanada. Estava concluída a primeira etapa.

 




A boa disposição reinou neste primeiro dia, assim como as boas sensações ciclísticas. A expectativa era grande para amanhã.














Dados da etapa:
Distância: 90 km
Altimetria: 374 mts
Tempo de deslocação: 4:45h
Média de deslocação: 18,9 km/h



 


Dia 2 – Melides a São Luís

Partimos de Melides ainda cedo em direcção a Santiago do Cacém.
















 


Sob um céu muito nublado apanhamos a estrada nacional sem tomar o pequeno-almoço o que nos levou a parar pouco tempo depois num café de “estrada”.










Voltámos à estrada mais confortados e com vontade de terminar esta ligação por asfalto. A topografia começou a mudar um pouco com algumas subidas ainda que pouco relevantes.

 




A entrada em Santiago do Cacém, cerca de uma hora e pouco depois de termos partido, foi o primeiro momento a exigir um maior esforço, pois a subida à cidade é considerável. 









Por esta altura começou a chover, o que nos obrigou a vestir os impermeáveis. Aproveitámos ainda para visitar o posto de turismo e obter o guia da Rota Vicentina.



Após umas fotos, seguimos até ao local de início da Rota, a igreja Matriz de Santiago do Cacém situada provavelmente no ponto mais alto da cidade! 





 

























Aqui estávamos nós. Quilómetro zero da Rota – a aventura ia começar!



 




 










Começámos por descer umas escadarias, cerca de dois lanços, e logo entrámos num single track nas costas da cidade. Descida íngreme, a fazer subir os níveis de adrenalina – óptima maneira de começar o caminho!


























Depois passámos pelo interior de um parque Urbano/desportivo e deixámos a cidade para trás.



 



Apesar da chuva os trilhos estavam muito bons – apenas tínhamos de ter alguma atenção a pontos com alguma areia, que tornava a condução algo perigosa.





 











E o que dizer das indicações da Rota – irrepreensivelmente bem marcada.

Estávamos agora em plena floresta, sobretudo montado de sobro. 


 


 











 






Ao km 2 apanhámos uma subida de cerca de 50 mts de altimetria que precedia uma outra, mais complicada, ao km 4, de cerca de 100 mts de altimetria.
 



 



Com as pernas frescas, estes obstáculos foram fáceis de passar. A chuva também tinha deixado de nos fazer companhia.







 




No topo da colina era possível ver Sines, e o seu parque industrial, assim como Santiago do Cacém e a floresta envolvente – que grande vista.








Depois seguiu-se cerca de 4 km a descer o que proporcionou um ritmo muito animado e muita diversão.  



Entrávamos agora em terreno plano. Aqui deu para se desfrutar mais da paisagem, já que os níveis de concentração baixam - belas paisagens têm o nosso Alentejo.



























Até Vale Seco, apenas registo para outro desnível ao km 14 de cerca de 100 mts de altimetria.


 
Ao km 18, atravessámos a localidade de Vale Seco, onde pedimos a uma moradora um abastecimento de água. É uma localidade com meia dúzia de casas.







O primeiro troço estava realizado (a rota está dividida por troços/etapas dimensionadas a um dia de caminhada). Seguia-se a cidade de Cercal do Alentejo a 23 km de distância.

 



Este segundo troço apresentou-se menos exigente em termos de altimetria, não havendo desníveis importantes a salientar. Em termos de paisagem esta é uma zona mais árida e por isso com menos densidade florestal.

 
















Pelo caminho passámos a encontra algumas explorações pecuárias com animais calmamente a pastar e a ver passar os viajantes.













O primeiro furo do dia aconteceu ao km 26 e calhou em sorte a mim. O bom trabalho de equipa resolveu o problema com sucesso.

 













 

















Um quilómetro à frente, ao atravessarmos a localidade de Vale das Éguas, encontrámos um café/restaurante com esplanada. Ponderando o adiantado da hora e a distância que faltava para o Cercal, decidimos almoçar ali.


E revelou-se uma boa escolha, pois fomos muito bem servidos - tivemos oportunidade de degustar umas carnes de porco preto de grande qualidade acompanhadas com umas piadas alentejanas contadas pelos próprios.

 


Regressados ao caminho, dirigimo-nos ao encontro da albufeira da barragem de Campilhas.


 








 








 






































































Circundámos parte da albufeira e atravessámos a represa. Voltámos a entrar no trilho e percorremos os últimos quilómetros até ao Cercal.



























 

Tempo ainda para termos outro furo, desta vez o sortudo foi o Fernandes.



































Já perto do Cercal, cruzámo-nos com um par de caminhantes, estrangeiros, claro!





Chegávamos finalmente à localidade do Cercal – segundo troço concluído. Aproveitámos para parar um pouco e abastecer de água numa fonte de um jardim.


















O roodbook dizia-nos que faltavam cerca de 21 km até São Luís onde iríamos ficar alojados. Também nos dizia que este troço era o mais exigente dos três, e já havia quem apresentasse cansaço.

Sem perdermos muito tempo na Vila, voltámos ao caminho.




















 



Começámos logo por ter uma subida de 100 mts de altimetria distribuídos por cerca de 3 km, para depois descermos cerca de 5 km.



























Depois voltámos a subir cerca de 75 mts, a que se seguiu um km e meio de “descanso” para enfrentarmos a maior dificuldade do dia – subir quase 250 mts em dois km.



Parte desta subida foi realizada a empurrar a bicicleta “à mão”, o que nem por isso a tornou mais fácil.




Chegados ao topo da serra, o cansaço em alguns de nós era bem evidente. A boa notícia era que…bem, não havia boa notícia! A realidade era que ainda faltavam cerca de 8 km para São Luís e não iríamos descer sempre.


Após alguns minutos de recuperação, lançámo-nos para os últimos quilómetros.




Até ao final ainda nos deparámos com duas subidas de 50 e 75 mts de altimetria, nada de especial, contudo com este nível de cansaço, qualquer subida parece a serra da Estrela.


















Chegados ao ponto alto da serra, iniciámos uma descida de 3 km que nos conduziu a São Luís.



Estava realizado o terceiro troço, e concluído o dia de hoje.




Demos uma pequena volta pela localidade e dirigimo-nos ao nosso alojamento.



Este dista cerca de 2 km da localidade – um pequeno extra para os mais cansados!









O alojamento era um turismo rural com o nome de “Monte Pedras Negras”, sítio simpático e aprazível. Fomos muito bem recebidos.

Para jantar, fomos à vila, tendo-nos deslocado de táxi.


Hoje o estado de espírito dividia-se entre os que tinham desfrutado o caminho com aqueles que mais tinham sofrido com a dureza do mesmo. Independentemente do caso, o que prevalecia era a vontade de cada um ultrapassar as suas dificuldades e continuar a seguir em frente.

Sorte podermos contar com a ajuda preciosa do coacher Tiago como grande motivador.

No pensamento de todos pairava ainda o aviso amarelo que a meteorologia anunciava para o dia seguinte.

Dados da etapa:
Distância: 82 km
Altimetria: 1625 mts
Tempo de deslocação: 6:28h
Média de deslocação: 12,7 km/h


Dia 3 – São Luís a Arrifana

Dia a amanhecer com muita nebulosidade mas sem chuva.

Primeiro preparamos as bicicletas e só depois fomos tomar o pequeno-almoço. Este estava incluído na estadia e foi bastante bom.

Arrancámos para o primeiro troço do dia, com destino a Odemira cuja distância era de 25 km.




Apanhámos o caminho um pouco mais à frente de São Luís. Nestes primeiros quilómetros o cenário apresentava-se com zonas de sobreiros, alternando com alguns campos agrícolas e mato.





Até ao km 6 fomos perdendo altimetria, altura em que encontrámos a primeira subida, pouco mais de 50 mts de altimetria.

Depois voltámos a descer, até entrarmos num caminho paralelo e ao longo de uma ribeira, de seu nome Torgal.





Esta parte do troço, um vale muito verdejante, distinguia-se pela sua beleza - era a natureza no seu estado puro.








A ribeira acompanhou-nos por cerca de 10 km assim como uma vegetação rica em Amieiros, Salgueiros e Freixos, que nos proporcionaram muita sombra e ar fresco.






Foram várias as vezes que tivemos de atravessar a ribeira através de pontes de madeira, as quais foram propositadamente construídas para esta Rota.




























Neste entretanto, tivemos de superar mais uma dificuldade, um declive com cerca de 100 mts de altimetria. Voltámos a descer até uma zona plana, que assim permaneceu durante mais 4 km, altura em que nos despedimos da ribeira e dos seus encantos.






Um pouco à frente deparamo-nos com a maior dificuldade deste troço, subir cerca de 150 mts em 2 km.




Já perto de Odemira passamos uma primeira vez à beira do rio Mira, e volvidos mais 3 km chegávamos à localidade, onde o rio é actor principal.






O primeiro troço estava concluído. Era tempo de fazer uma pausa para descanso e alimentação.



O segundo troço do dia ligava à vila de São Teotónio a 19 km de Odemira.


Esperava-nos pela frente 13 km quase planos num trajecto também ele muito bonito e rolante. Numa primeira parte acompanhados ainda pelo rio Mira e depois pela ribeira de São Teotónio.





































Chegados ao km 13, iniciámos uma subida de quase 150 mts de altimetria distribuídos por quase 3 km.


Algum cansaço já ditava um ritmo de viagem mais comedido.













 




Pouco depois, chegávamos à localidade de São Teotónio – 2º troço concluído.

Era hora de almoçarmos.






Ficámos a saber que havia por ali muitos estrangeiros, sobretudo de leste, trabalhadores nos campos agrícolas da região.

O terceiro troço ligava São Teotónio a Odeceixe numa distância de 17 km.

Voltámos ao caminho e mal tínhamos saído de São Teotónio surgiu imediatamente uma subida difícil e intransitável montado na bicicleta.


A pouca recuperação que tínhamos conseguido durante a hora de almoço perdera-se ali.




Chegados ao topo da subida, seguiu-se um curto planalto, onde por pouco não perdíamos o Fernandes, já que ele, avançado em relação ao grupo, falhou uma indicação do caminho, seguindo por um trilho errado. Foi com alguma dificuldade que o conseguimos alertar.























Daqui fomos perdendo altimetria durante 4 km dos 200 mts para os 75 mts.























Soou um alerta no ar - estas descidas por vezes pagam-se caras! E aqui era o caso.

O que tínhamos perdido de altimetria voltámos a ganhar, mas neste caso com dificuldade acrescida – foi ganho numa distância de apenas um km.



O Tiago foi o único que não desmontou da bicicleta pelo que teve de esperar um bom tempo pelos outros que subiram o monte a caminhar.

Neste ponto já não havia cansaço…havia muito cansaço, e ainda faltavam muitos km pela frente.


Seguiu-se um bela descida, íngreme, de declive idêntico ao da subida o que nos levou a perder mais de 150 mts de altimetria em pouco mais de um km.

Faltavam 7 km para Odeceixe. Percorreríamos estes km em terreno plano, parte deles em estrada regional.





O surgimento da Ribeira de Seixe indicava-nos que já estávamos perto.

Odeceixe apresentou-se-nos como a entrada do Algarve. Era o final do 3º troço.


Odeceixe pareceu-me uma vila bonita, que apresenta alguma actividade turística, tendo em conta a proximidade da praia.




A fase seguinte teve como desafio percorrer os 18 km que separam esta vila da vila de Aljezur. Eu chamar-lhe-ia a etapa do canal de água.

Para isso tivemos de subir quase 100 mts de altimetria ainda dentro da vila no primeiro km, para alcançarmos o trilho do canal de rega do Mira.


Seguimos junto ao canal cerca de 10 km. A chuva surgiu, primeiro envergonhada, e depois à descarada. Foi tempo de vestir os impermeáveis.





Circulávamos agora em piso molhado, com alguma areia, na borda de um canal cheio de água – exigia-se muita concentração na condução.













E ora íamos à direita, ora íamos à esquerda do canal e a chuva a cair.







Saímos do trilho do canal à chegada à localidade do Rogil, altura em que a chuva também parou.

Passámos o Rogil pela estrada nacional, e virámos um pouco à frente à direita. Com o Rogil para trás, o caminho era agora em estradão largo.

Passámos em frente do parque de campismo do Serrão.



Uma pequena subida precedia uma descida de cerca de 100mts e aí estávamos nós em Aljezur.


4º troço concluído – já faltava pouco…mas também já faltavam forças.

Para o último troço, que ligava a Arrifana, cerca de 12 km, decidimos não o fazer pelo trilho – pela estrada seriam menos km e menos cansativos.


Saímos de Aljezur pela estrada nacional até ao cruzamento para a Arrifana. Nova subida se nos deparou com cerca de 125 mts de altimetria.

Quando terminámos a subida, o Fernandes e o Ricardo continuaram por estrada o que restava até à pousada.




























Eu e o Tiago decidimos ir pelo trilho. Seguimos cerca de 1 km na direcção oposta até apanharmos de novo o caminho.


Aí chegados, começo a sentir-me bastante indisposto. Após uma pausa e sentindo que não me restabeleceria, voltámos à estrada e, lentamente, percorremos os cerca de 6 km que nos separavam da vila da Arrifana.

 


Estava concluído mais um dia de percurso.

Hoje voltámos a ter um dia duro, a adicionar ao cansaço do dia anterior. O Tiago continuava bem, o Fernandes vinha nos limites desde o almoço, o Ricardo ia-se aguentando e eu “colapsei” fisicamente na parte final (talvez por ter vindo doente para a viagem).





Contudo foi mais um dia espectacular de BTT, em que pudemos desfrutar de cenários fantásticos e muito diversificados. A meteorologia também não nos castigou muito, apesar do aviso amarelo, e o grupo continuava animado.

No final do dia ainda fomos presenteados com um belíssimo por do sol.



Dados da etapa:
Distância: 88 km
Altimetria: 1410 mts
Tempo de deslocação: 7:13h
Média de deslocação: 12,1 km/h



Dia 4 – Arrifana ao farol do Cabo de São Vicente (Sagres)

Mais um dia bonito e solarengo pela frente.

Eu ainda sentia os efeitos da indisposição do dia anterior, pelo que equacionei não fazer esta etapa. Contudo, e graças à insistência dos meus companheiros, acabei por partir com eles.

Saída da vila em direcção ao trilho que nos aguardava uns metros à frente – último dia e a ansiedade aumenta com a expectativa de conclusão da viagem.

O 1º troço contemplava 24 km de caminho e ligava à Carrapateira.











A paisagem hoje mudou. A própria luz do dia mudou, tal como o ar, cuja brisa mais fresca e com aroma de maresia…é o Oceano que nos cumprimenta…




























Quilómetro 3 e aí estamos nós a descer para a praia do Canal. A vista é fabulosa…o mar com as falésias, a ponta da agulha, a serenidade de uma praia deserta…





Chegados à praia e atravessada esta, começámos a subir a outra falésia, cerca de 3 km e 150 mts de altimetria…e a bicicleta transportada à mão, que isto hoje não estava para desgastes.










Seguiu-se cerca de 12 km quase sempre a perder altitude.

Primeiro iniciámos a descida da falésia contornando as suas encostas em direcção ao interior num cenário de mato.




Depois num estradão que atravessava uma mata de pinheiros e eucaliptos, cujo piso incluía algumas zonas de areia.




















Deixámos a mata para voltarmos ao mato, passando por uma ou outra casa perdida na paisagem inóspita e no meio do "nada".



































Cerca do km 18 nova subida difícil, cerca de 100 mts para menos de 1 km, e vai de descer da bicicleta. Voltámos a descer para novamente subirmos outro desnível, este mais ligeiro, que antecedia a descida para a Carrapateira.























Ao fundo uma bela imagem de praia.





Na Carrapateira terminava o 1º troço – teoricamente o mais difícil do dia de hoje. Agora seguia-se 22 km para chegarmos a Vila do Bispo


Para não variar, a saída da localidade foi por uma colina, tivemos de inclusivé subir escadas. No topo voltávamos a ter a vista da praia.



Entrámos no trilho e passámos por um marco geodésico. Iniciámos nova descida, íngreme, novamente em direcção ao interior.




























Passados estes 2 km, apresentava-se-nos uns 9 km sensivelmente planos, num bom estradão.







Pelo caminho atravessámos a aldeia da Vilarinha, surgindo a seguir uma ribeira a qual tivemos de atravessar algumas vezes até ao km 11. Valeu que nesta altura o caudal da ribeira era reduzido, pelo que esta se atravessava com facilidade.























Ao km 11 nova subida íngreme e mais 100 de altitude ganhos.









Passámos junto a um parque eólico antes de atravessarmos outra pequena e pitoresca aldeia (Pedralva).

Ao km 16 nova e difícil subida. Contudo a descida que a precedeu, rápida e curvilínea, um pouco fechada pelo mato…um deleite…





Os últimos 5 km deste troço apresentavam um perfil de terreno que nos foi favorável, entre o plano e pequenas descidas.

Vila do Bispo significou paragem para almoço. O 2º troço estava concluído. Ficavam a faltar os derradeiros 14 km para chegarmos ao farol do cabo de São Vicente (Sagres).




O perfil da etapa indicava que do km 1 ao km 4 subiríamos 75 mts de altitude, os quais realizámos em ritmo lento, porque acabáramos de almoçar e também porque o cansaço acumulado nos troços anteriores, começava a manifestar-se.





Uma paisagem de vegetação rasteira e florida ladeava o nosso caminho como se o Universo festejasse o concretizar da nossa jornada.









Do km 4 ao km 11 perdemos cerca de 100 mts de altitude o que aliviou as pernas, e não fosse termos apanhado umas centenas de metros de trilho com muita areia, teria sido um final de viagem descansado.





















Depois foi seguir em plano, com vista para o farol e o cabo de São Vicente ao fundo, em estradão e depois em asfalto. Uma longa recta ligava à estrada que vem de Sagres.


























Mais uma centena de metros e chegámos ao farol do cabo de São Vicente (Sagres). 3º troço do dia terminado, 4ª etapa concluída, viagem realizada com sucesso…the end.



Dia positivo, já que chegámos todos ao final. Hoje impusemos um ritmo um pouco mais descontraído, até porque a etapa era mais curta, e também para gerir o cansaço. Esta etapa em termos de beleza foi diferente das anteriores mas não foi menos bela.


A satisfação e alegria de "ter chegado" ao final desta aventura era enorme.

O facto de se viajar em autonomia acarreta alguns riscos e incertezas, o que gera tensão e preocupação quando as coisas não correm como esperado.

Por outro lado, também faz emergir o espírito de auto-superação enquanto indivíduos e de entreajuda do grupo sempre que aparecem dificuldades - estes serão porventura os maiores valores que podemos trazer desta viagem.


  


Gostaria ainda de dar os parabéns ao Tiago, ao Ricardo e ao Fernandes pelo concretizar do objectivo que era realizar uma viagem divertida e aventureira, desfrutando de um modo de viajar que tanto prazer nos dá.

Dados da etapa:
Distância: 59 km
Altimetria: 1034 mts
Tempo de deslocação: 5:21h
Média de deslocação: 11 km/h

Agradecimentos:

-  Os primeiros agradecimentos vão para os meus companheiros de viagem, pelo antes, pelo durante e pelo após viagem - foram 5 estrelas.
- Agradecer ao Eng. Miguel Aranda da Valorsul o apoio prestado e pelo entusiasmo que demonstrou pelo nosso projecto.
- À Valorsul pelos meios dispensados.
- Ao Mário Silva e ao Nuno Folgado por se terem voluntariado a serem nossos motoristas, significando isso terem dedicado um dia das suas vidas à nossa causa. 
- Ao Daniel Luís pelos autocolantes que tão bem personalizaram as nossas bicicletas.
- À Pinabike, pela enésima revisão à minha bicicleta, que uma vez mais se portou muito bem.
- A todos os colegas, amigos e familiares que nos deram força e incentivo.
- E por fim, à minha mulher, Flor e ao meu filho "Go" que é a alegria da minha vida e que sofreu pela ausência do pai por quatro dias.

Abril 2015