Monday, January 30, 2012

Passeio 5º raid - maravilhas do Sobral

Cá estou eu de regresso aos passeios, e ao blog.

Dia 22 de Janeiro decidi experimentar os trilhos da região de Sobral de Monte Agraço. Apesar de inicialmente estar prevista a participação de mais alguns companheiros Canários, acabei por ir a este passeio sozinho.

Cheguei cedo ao Sobral. Comecei por ir levantar o dorsal ao largo da igreja, onde estava instalado o "paddock". Obtido o pack da inscrição, fui preparar a bike. À medida que a hora passava, Sobral enchia-se de BTTistas, dando um colorido e uma azafama diferente a esta vila.


Chegava a hora que todos esperavam. Havia um número agradável de ciclistas mas sem serem demasiados. Percebia-se que haviam uns mais experientes e outros não tão habituados a estas andanças. Mas no BTT à lugar para todos e o importante é o convívio e o prazer de pedalar. A organização, pensando em todos, organizou três trajectos, um de 20 km, outro de 40 km e um de 60 km, o qual eu me propus a fazer.


09:30h e era dado início ao passeio. Como é meu hábito, deixei avançar o pelotão para seguir na calma dos últimos. Nos primeiros quilómetros circulamos pelas ruas do Sobral, até entrarmos num trilho largo e de bom piso. O pelotão ia alargando. Começavam a aparecer as subidas e as descidas. Poucos quilómetros à frente, estava tudo parado...estávamos num single track com pedras e terra húmida e escorregadia, que exigia alguma técnica.

O percurso definido pela organização era muito variado, mas muito bonito. Claro que nos primeiros quilómetros o andamento é mais irregular devido à aglomeração de ciclistas, em especial nos trilhos mais técnicos. De referir que havia muitas zonas perigosas, devidamente identificadas, que fiz desmontado da bicicleta. Contudo, isso não estragava a beleza do traçado.

Continuando em redor da vila do Sobral, passamos por uma aldeia, apanhamos outra descida perigosa, e subimos até perto do forte pertencente às fortificação das linhas de Torres de resistência às invasões francesas. Aí estava organizada a primeira zona de abastecimento (ZA). Estávamos no quilómetro 15.


Saindo desta ZA pelo interior de uma mata, dirigimos-nos a um dos trilhos mais bonitos do circuito, onde era possível circular no limite de uma ravina - brutal. Depois apanhamos uns estradões florestais, e deixamos para trás os BTTistas dos 20 km. Ora subindo ora descendo, o dia ia avançando.

Estava um dia maravilhoso, tempo magnífico, representativo do inverno seco e ameno, óptimo para o BTT mas péssimo para o país.

O trajecto tornava-se mais rolante, o que dava para desfrutar mais da paisagem, dos trilhos e da natureza.

Ao quilómetro 30 surgiu a segunda ZA. Além de muita quantidade, a variedade também era significativa, pelo que era comer e beber à descrição. Repostas as energias, era tempo de voltar aos trilhos. Um dos pontos de interesse, foi passarmos junto a moinhos de vento antigos e recuperados. Também iríamos passar por torres eólicas modernas, mas essas já são mais "normais".

Entretanto passava-se no ponto de separação entre os que iam fazer os 40 km e os que iam para os 60. A partir daqui, e até ao terceiro abastecimento, foi quase uma jornada solitária, isto porque em cerca de 15 quilómetros apenas passei por três ciclistas. Este trajecto mais "plano" continuaria até cerca do quilómetro 45. Lembro-me de ter passado a linha de comboio em Pêro Negro, lembro-me de descer um single track no interior de uma "floresta" (Lindo!). Lembro-me de ter descido um troço desmontado da bike, na minha perspectiva impossível de fazer de outra maneira. Entretanto, pouco depois do quilómetro 45 começaram às dificuldades.

Entrava na parte mais dura do percurso, com cerca de 10 km quase sempre a subir. Felizmente, ao quilómetro 51 estava a última ZA, onde encontrei mais alguns ciclistas. Com forças recuperadas, tinha de continuar a subir, agora na companhia de bem mais ciclistas. E subimos até quase ao fim do passeio. Apenas os últimos 2 ou 3 quilómetros é que já foram a descer, sendo que um dos troços era uma descida muito técnica, de pedras e lama escorregadia, onde fui ao "tapete" por duas vezes, felizmente sem danos físicos. Depois foi acelerar em direcção ao centro do Sobral, onde cheguei inteiro, cansado mas plenamente satisfeito.


Conclusão: o nome do passeio espelha a realidade do evento. Trilhos fantásticos, aliados a uma boa organização, onde GNR, Bombeiros, escuteiros e outros elementos prestaram um trabalho valioso na concretização deste projecto. Sem dúvida, um passeio a Repetir!

Em números, foram 62 km em 04:56h e 1540 mts de altimetria.

Dá uma vista de olhos nestes dois vídeos:
http://contour.com/stories/5raid-btt-sobral-de-monte-agraco
http://contour.com/stories/5raid-btt-sobral-de-monte-agraco-part02--2